Xicaras do celio

As origens do café são pouco claras. Supõe-se que terá surgido em Abissínia, apesar de já se poder assinalar uma presença anterior, por meados dos 700 D.C., nas regiões próximas do Mar Vermelho. Segundo parece, a planta do café terá crescido espontâneamente nas montanhas de Yémen, antes do século XIII, sendo a sua primeira utilização atribuída à tribo Etíope "Gala", mas não como bebida. São muitas as lendas sobre o Café. Uma delas, e que atribuem ao café o nome de "Mocha", conta que um nobre árabe, que fora condenado à morte e por isso abandonado no deserto a morrer de sede e de fome, terá comido as bagas vermelhas desta planta desconhecida, o que lhe permitiu recuperar forças devido ao seu efeito excitante. Tal facto foi reconhecido como um sinal divino pelos habitantes de Mocha, a cidade mais próxima, que deu a esta planta o nome desta localidade. Outras das legendas é atribuída a um monge Eremita de Yémen, pelo descobrimento das propriedades excitantes e milagrosas do café, que lhe permitia rezar e estudar toda a noite. Notando que os seus rebanhos estavam inquietos e excitados sempre que comiam determinadas folhas e bagas de um certo arbusto (parecido com uma árvore pequena), decidiu experimentá-los na sua própria alimentação. Designado como “vinho dos árabes”, esta bebida espalhou-se muito rápido pelos súbitos egípcios e turcos. Foi justamente a Turquia o primeiro país a adoptar o consumo do café como bebida. O primeiro café do mundo, “Kiva Han” abre precisamente em Constantinopla. Apesar de ter sido um segredo muito bem guardado pelos Muçulmanos, e ainda que as autoridades proibissem o transporte desta planta do café, a sua difusão por todo o mundo foi extremamente rápida. Os mercadores e comerciantes venezianos que viajam pelo Médio Oriente, depressa aprenderam a arte de consumir café, e em 1615, vale introduz a bebida em Veneza, o então coração cultural da civilização europeia. Em 1650, o café foi a delicia do convívio social em Marselha, Amsterdão, Hamburgo, Paris e Londres, nascendo a partir daí as primeiras “casas de café”. A primeira casa de café, como as conhecemos hoje em dia, surgiram em Cornhill St. Michael’s Alley, Inglaterra. O Papa Clemente VIII, um grande apreciador de café segundo consta, foi quem liberou esta bebida aos cristãos. Foi então na Europa que se pensou em vender também em drogarias e farmácias, sendo frequentemente recomendado em medicina pelos médicos para tratamento de algumas doenças. O seu cultivo em grande escala, foi promovido pelos alemães e suas respectivas colónias durante o século XVII, mas outras colónias de grande potencial depressa lhes seguiram o exemplo. Há muitos dados e registos de quem foram os responsáveis desta “segunda expansão” da planta do café, em 1607 o Capitão John Smith, fundador da colónia de Virgínia, introduziu o café no norte da América. Diz-se também que em 1723, o Capitão Gabriel de Cieu, residente em Martinica foi quem introduziu a planta na América. Uma coisa é certa, a forma como apareceu no Brasil (produtor actual de cafés de grande qualidade e um dos países exportadores mais importantes do mundo) está relatada na história de Portugal da seguinte maneira: Francisco Palheta, um navegador português ao serviço do imperador de Portugal no Brasil, em 1723 foi quem plantou pela primeira vez o café no Brasil. Havia obtido a planta graças aos amores que tinha com a esposa do governador da Guiana Francesa (local onde haviam começado as primeiras plantações), porque esta ofereceu-lhe um ramo de flores, onde um pouco escondidas estavam estas plantas.

“Que o café é, ao mesmo tempo que a cerveja, a bebida mais popular do planeta, todos sabem!
Contudo, as formas de consumo do produto são tão diversas, que o consumidor mais desavisado pode ter grandes surpresas.
Em França, o café é, na maioria das vezes, bebido juntamente com chicória.
Na Áustria, pode-se beber café juntamente com figos secos sendo que, em Viena, é uma tradição o oferecimento de bolos e doces para acompanhar o café com chantilly.
Na África e no Oriente Médio é comum acentuar o sabor do café com algumas especiarias tais como canela, cardamomo, alho ou gengibre.
Na Bélgica, o produto é servido com um pequeno pedaço de chocolate colocado no interior da xícara, chocolate esse que irá derretendo quando entrar em contacto com o café.
Em Itália, o café expresso preto é servido em xícaras pequenas, acompanhado de tiras de limão.
Na Grécia, o café é acompanhado por um copo de água gelada.
Em Cuba, o café é bebido bastante forte, muito doce e bebido de um só gole.
No Sul da Índia, o café é misturado com açúcar e leite e servido com doces.
Na Alemanha, o café é servido com leite condensado ou chantilly.
Na Suíça, adiciona-se ao café um licor, o “kirsch”.
Em muitos lugares do México, o café é oferecido e pode ser consumido em grandes quantidades. O chamado café americano, como é conhecido no México, é o mais consumido e é uma cópia do que se bebia até há poucos anos nos Estados Unidos: aguado e com pouco sabor.”
Obviamente, estas formas de consumo de café são tradições que, hoje em dia, convivem pacificamente com o café expresso em todos os balcões de cafetarias de todos os países.
Uns mais ligados às tradições, outros mais abertos ao sabor e excelência de um bom café expresso, o importante é que o café, seja em que país for, é sempre a melhor das companhias para quem gosta de um ritual intimo, pessoal ou de convívio com os amigos.

Fonte: BiCafé News

Antes de responder, saiba que é este o ingrediente especial do café mais raro, saboroso e caro do mundo, o Kopi Luwak, originário da Indonésia. Essa excentricidade de café (digamos assim) sempre foi considerada uma lenda urbana, até que um estudo realizado pelo pesquisador italiano Massimo Marcone, em 2004, confirmou o que deve ter feito o estômago de muitos apreciadores da iguaria revirar. Os preciosos grãos são mesmo processados pelo sistema gastrointestinal e depois retirados dos excrementos da civeta, um mamífero parecido com um gato ( na Indonésia, as palavras Kopi e Luwak significam, respectivamente, café e civeta). O animal come somente os frutos mais doces, maduros e avermelhados do café que são digeridos pelo seu organismo, com excepção dos grãos que são excretados junto com as suas fezes. E é justamente essa produção limitada dos grãos (menos de 230 quilos por ano) o motivo de sua raridade, preço alto (cerca de mil dólares o quilo) e sabor inigualável, garantem os apreciadores. "Uma mistura de chocolate e sumo de uva. Menos ácido e amargo do que os cafés comuns", descreve Marcone.Pesquisa valiosaO pesquisador explica que, à medida que o grão passa pelo sistema digestivo do animal, ele sofre um processo de modificação parecido com o utilizado pela indústria cafeeira para remover a polpa do grão de café, mas que envolve bactérias diferentes das usadas pela indústria, além das enzimas digestivas do animal. É isso que dá ao Kopi Luwak o seu sabor característico inigualável. Mas este processo um pouco “diferente” de produzir café não representa riscos para a saúde? "Os resultados dos testes que fiz nos meus trabalhos mostraram que a bebida é perfeitamente segura", garante Marcone. Não existem registos precisos sobre a história do Kopi Luwak, mas acredita-se que a sua origem data de cerca de 200 anos atrás, quando os colonizadores holandeses iniciaram plantações de café nas ilhas de Java, Sumatra e Sulawesi, onde hoje é a Indonésia. É nessas ilhas que vivem as civetas, que começaram a alimentar-se da planta do café. Para evitar o desperdício, os plantadores de café começaram a apanhar os grãos que saíam intactos das fezes dos animais. Um dia, alguém resolveu experimentar esta variedade aparentemente pouco apetitosa e descobriu o que hoje é considerado o café mais saboroso do mundo. E você, ficou com vontade de provar?Fonte: Pesquisa realizada pelo Prof. Massimo Marcone, cientista alimentar e professor adjunto da Universidade de Guelph. Esta pesquisa foi assistida pelos membros dos sectores de química alimentar e microbiologia alimentar do departamento Food Science da Universidade de Guelph.Fonte: Site www.bicafe.pt